O porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês disse hoje, em conferência de imprensa, que a China tratará a investigação aos protestos no Tibete da mesma forma que Portugal, um país "governado pelo primado da lei", o faria.
Respondendo a uma pergunta da Agência Lusa sobre as investigações sobre os tumultos em Lassa, a capital tibetana, Qing Gang afirmou de forma brusca: "a China é igual ao seu país, que é governado pelo primado da lei"."A China lidará com a situação da mesma forma que o governo português lidaria", acrescentou o porta-voz diplomático chinês. O responsável afirmou que a China "tem provas de que o Dalai Lama está por detrás dos protestos" tibetanos contra a administração chinesa e que Pequim está a desenvolver uma investigação sobre as manifestações, no final da qual apresentará as provas contra o líder tibetano no exílio, que já negou a acusação.
Qin Gang insistiu que, frente aos protestos no Tibete, a China "exerceu a máxima contenção" e não fez uso de "armas mortíferas" para conter os maiores protestos contra a China desde 1989. Pequim admitiu hoje pela primeira vez que a polícia chinesa disparou e feriu quatro manifestantes, afirmando que os disparos foram "em legítima defesa", num incidente na província de Sichuan, no noroeste do país, onde vivem muitos tibetanos.
Grupos de activistas tibetanos disseram ter confirmado a morte de pelo menos oito pessoas no mesmo incidente de Sichuan, tendo divulgado fotografias de oito cadáveres, que dizem ser os corpos das vítimas. Na mesma conferência de imprensa, a um jornalista italiano que perguntava por uma reacção de Pequim aos apelos à tolerância do Papa Bento XVI, Qin Gang perguntou: "se isto [os protestos no Tibete] se estivesse a passar no seu país, você também falaria de tolerância?""A polícia e o governo ficariam sentados e fechariam os olhos?", perguntou.
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