Monday, February 23, 2009

Carta ao PM José Sócrates

Caros Amigos,

Vimos por este meio informar que o Grupo de Apoio ao Tibete enviou hoje a carta seguinte ao PM José Sócrates.

A partir de 4ªfeira colocaremos à V/ disposição postais FREE TIBET já selados e endereçados aos Senhores Deputados da Assembleia da República. Pretendemos alertá-los para a gravidade da situação no Tibete e apelar a uma activa tomada de acção. Participem !

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Lisboa, 24 de Fevereiro de 2009


Exmo. Senhor Primeiro – Ministro
Eng.º José Sócrates,

50 Anos de Opressão no Tibete: É Tempo de Mudança!

Estamos a escrever-lhe na véspera do Losar, o Ano Novo Tibetano. Este próximo ano, o 50.º desde que o Dalai Lama fugiu para o exílio e os Tibetanos se ergueram contra a governação Chinesa no Tibete, pedimos ao governo de V. Exa. para fazer esforços, incluindo multilateralmente, para trazer o fim à situação insustentável que o povo Tibetano tem suportado há meio século.
Este Losar, num acto de resistência passiva que garantidamente trará represálias por parte do governo Chinês, um vasto número de Tibetanos no Tibete decidiu não realizar as tradicionais celebrações do seu novo ano. Em vez disso, eles irão assinalar a passagem de ano com algumas orações como sinal de respeito por aqueles que perderam as suas vidas, durante a repressão Chinesa à onda de protestos pacíficos no plateau Tibetano desde o dia 10 de Março de 2008. O movimento “Losar Não” parece ter-se espalhado por todo o Tibete, e os Tibetanos no exílio irão apoiar os seus conterrâneos de uma forma similar.
Mesmo não existindo motivo de celebração, a segurança no Tibete mantém-se em estado alerta após os protestos do último ano e, com um novo 10 de Março a aproximar-se rapidamente, a China instituiu novas medidas para intimidar Tibetanos e negar a sua identidade cultural e religiosa.
Para além disto, após a última ronda de conversações entre os enviados de S.S. o Dalai Lama e representantes do governo Chinês, a China desprezadamente rejeitou o próprio documento que havia solicitado, o “Memorando sobre a Autonomia Genuína para o Povo Tibetano”. A China embarcou em acrescidas provocações com o anúncio que o dia 28 de Março seria celebrado como o “Dia da Emancipação dos Escravos”, para comemorar a conquista do Tibete depois da elevação popular de 1959. Assim, enquanto os Tibetanos estão de luto no aniversário do que eles consideram ser o início da destruição da sua cultura e da sua nação, serão forçados – sob a pena de multas ou detenção – a “celebrar” com mostras de alegria e gratidão.
No último ano, enquanto Tibetanos mais uma vez manifestavam a sua insatisfação com a governação Chinesa, muitos líderes de governos expressaram a sua preocupação face à resposta violenta da China aos protestos, e pediram ao governo Chinês para se encontrar com o Dalai Lama. Embora os apoiantes do Tibete em todo o mundo estejam profundamente satisfeitos com os anteriores apoios verbais e auxílios materiais para o povo Tibetano de muitos governos, a verdade é que a situação no Tibete está a piorar.
As acções do governo de V. Exa. infelizmente ainda não convenceram a China a travar o sofrimento que inflige ao povo Tibetano e a solucionar a situação do Tibete através do diálogo com os seus líderes pelo que, sem alteração, o sofrimento dos Tibetanos irá seguramente perdurar.
Apesar dos conflitos e problemas económicos no mundo, e apesar do facto dos ocupantes do Tibete serem uma das nações mais poderosas na Terra, simplesmente não se pode permitir que esta situação continue. O movimento global de apoio ao Tibete prometeu renovar e redobrar os seus esforços com o intuito de assegurar o apoio dos governos que o povo Tibetano merece na sua luta pacífica.
Nós, os abaixo-assinados, requeremos ao governo de V. Exa. que aumente o compromisso para auxiliar a chegar a uma resolução da situação do Tibete.
Em particular, requeremos-lhe que inicie esforços pessoais e multilaterais para unir a liderança Chinesa com o Dalai Lama ou os seus representantes, em negociações sérias de forma a chegar a uma resolução para a questão Tibetana.
Mais lhe pedimos que pressione a China a aceder ao recente apelo das Nações Unidas (Comité Contra a Tortura, Genebra, Nov. 2008) para um “inquérito completo e independente” relativamente ao uso excessivo da força por parte da China, como resposta aos protestos Tibetanos no passado ano. Assim como apoie o recente apelo do Governo Tibetano no Exílio impelindo as autoridades Chinesas a cancelar a sua provocativa campanha “Strike Hard” e finalizar as suas políticas inflexíveis no Tibete.
Finalmente, pedimos ao governo de V. Exa. para tomar duas simples acções que irão demonstrar construtivamente a sua preocupação acerca do Tibete. Pedimos-lhe que faça um anúncio público sobre a sua preocupação, no dia 10 de Março, reconhecendo o meio século de exílio do Dalai Lama, e dê os passos para instituir um secretariado do Tibete na nossa embaixada em Pequim, de forma a que assim de possa monitorizar mais de perto a situação em todas nas áreas Tibetanas.
Atentamente,


Grupo de Apoio ao Tibete

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