Sunday, November 2, 2008

Tibete está a ser "condenado à morte" - Dalai Lama

O regime chinês está a "condenar à morte" o Tibete, declarou hoje em Tóquio o Dalai Lama, chefe espiritual tibetano, que anunciou igualmente ter entrado em "meia-reforma".

O laureado com o prémio Nobel da Paz, 73 anos, que vive exilado na Índia desde 1959, chegou sexta-feira ao Japão para uma visita de uma semana para conferências sobre espiritualidade, sendo a sua primeira viagem desde que recentevente enfrentou problemas de saúde.




O Dalai Lama esteve internado em Outubro passado durante cerca de uma semana num hospital de Nova Deli devido a complicações renais.




"Os Tibetanos estão a ser condenados à morte. Esta antiga nação e a sua herança cultural estão prestes a morrer", declarou o chefe espiritual tibetano a jornalistas em Tóquio.




"A situação no Tibete é hoje similar a uma ocupação militar de todo o território. É como se estivéssemos sob a lei marcial. O medo, o terror e as campanhas de reeducação política causam muitos sofrimentos", acrescentou.




O Dalai Lama manifestara recentemente poucas esperanças no diálogo com o regime chinês, em vésperas de uma nova ronda de discussões em Pequim entre os representantes seus e responsáveis chineses.




Após várias décadas de combate político e religioso, o Dalai Lama anunciou hoje que entra em "meia-reforma" e que a futura linha política face às autoridades chinesas será discutida numa reunião no próximo dia 17, em Dharamsala (Índia), entre todas as correntes da comunidade tibetana no exílio.




"Vamos ouvir as sugestões do povo e depois as coisas vão tornar-se mais claras", afirmou.




"Não penso reformar-me totalmente, mas de momento não posso continuar a assumir uma responsabilidade directa nas negociações com o poder central chinês. A minha posição é totalmente neutra", precisou.




"Acredito na democracia, acho que as pessoas devem exprimir os seus sentimentos. Não devo impedi-las de expressarem as suas opiniões", sublinhou o responsável tibetano.




O regime chinês acusa o Dalai Lama de militar pela independência do Tibete, mas este afirma que apenas reivindica uma autonomia do antigo reino himalaio no contexto da China.


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http://www.lusa.pt/lusaweb/user/showitem?service=310&listid=NewsList310&listpage=1&docid=8962695

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